segunda-feira, 25 de maio de 2009




Ao mundo o meu silêncio

Quando criança queria que o mundo falasse, queria escutar o que ele tinha a me dizer, escutava atentamente, e assim seguia a minha vida com um caderno intocável de anotações de como seria estar por aqui, tudo muito divertido, até a dor não doía, fantástico! Ouvi do mundo que o céu é azul, mas vivendo nele descobri que nem sempre o céu se mantinha assim, percebi que ele podia ser cinza, amarelo, vermelho, rosa, verde, preto e azul marinho, nossa! Como isso poderia? O mundo me disse que era azul! Não dei bola! Uma brincadeira boba que o mundo fez comigo, sorri e segui vivendo aquela vida fantástica cheia de mistérios, gostosa, como sorria! Tudo tão tranquilo, as tempestades não passavam de uma chuvinha que molhava as roupas no varal, que com o sol do dia seguinte secariam como tinha que ser. Quando eu cresci o mundo já não era mais o mesmo, o céu já não era daquelas cores, o mundo não era o mundo. Não o que eu conheci, ele estava camuflado, cinzento e obscuro, irreconhecível. Ou eu que não conheço o mundo ou o mundo que não me conhece!